Com uma considerável frequência – e também quantidade – sou agredido por toda espécie de ideias quiméricas e evitáveis. Sim. As ideias também são agressivas e violentas. Explico. Fracasso sempre que tento produzir narrativas mais engajadas com a linearidade e o lúdico. Sou corrompido pela estranheza, o insólito, o desconexo, o ambíguo, atmosferas deletérias e personagens de cognição tão delineados com a insanidade que em certa fração termino contaminado por estes. Traço a arquitetura, encucado com determinado estilo, em seu andamento sou acometido outros completamente distinto, concluo com um terceiro, sabe-se lá de onde este surgiu. Caio em frustração. Desaba o dramalhão romanesco, “muita teimosia continuar escrevendo, amanhã desisto e faço qualquer outra coisa que não seja escrever, sou um farsante, sou um farsante e etc”. As horas passam e a ingenuidade sobrepõe, volto a mergulhar, suicidamente, na neurose de continuar escrevendo narrativas. Não há como escapar, estrou aprisionado em milhares de flashes de pensamentos, imagens, lembranças, ressentimentos de sonhos fugazes, nunca realizáveis, que me deixaram rastejando em pantanosas reflexões sobres as situações abjetas do cotidiano que me assombram. Sou visitado rotineiramente por rostos, feições, formas, delineações, criaturas concebidas, humanos reinventados. Me torno o pior terror, hediondo e rejeitável. Saio desse personagem. Saio dos pensamentos agressivos. Volto e descreve-los nos textos. E estes se transformam em nas narrativas quiméricas, entropias, continuando a me agredir, dia opôs dia.                        

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