Abrindo a "Caixa" de José Américo de Lima
Ao ler “Os Negros na Parede” de José Américo de Lima, podemos notar uma familiaridade com a estética de uma literatura fantástica-conceptiva: Julio Cortázar e Jorge Luis Borges são expoentes de comparativos de Autor nascido em Fortaleza. É claro, quando conversamos com nossos observações encontramos (ou redescobrimos) elementos consoantes estruturais e funcionais em bons ficcionistas. No conto “Testemunhas Silenciosas, Jogos das sombras. Missão desconhecia e Os Negros na Parede“ a leitura pulsa, equacionamento, entre uma vocalização literária aos moldes de allanpoeniano e uma narrativa fluida, encontrada em textos de Gabriel García Márquez.
O realismo mágico, ou realismo fantástico, associada ao a uma
cautela linguística e sempre coesa e sempre experimentalista destaca José
Américo de Lima ao lado de nomes de Murilo Rubião e José J. Veiga e Dias Gomes.
Estes que se embrearam nesse género. Incluo nas recomendações de leitura, fugindo
estrategicamente ao roteiro desta resenha, “Canudos – a maldição dos
excluídos”, talvez a sua obra de maior envergadura e que sintetiza um
entendimento peculiar de sua vida em Petrolina – São Francisco, gerador dos
seus tipos imaginados, de fato pude comprovar, qualquer um que percorra suas
orlas poderá sentir os passos notívagos de José Américo de Lima.
O realismo mágico encontrado em “Os Negros na Parede” se
desenvolve fortemente a medida que o leitor é guiado de uma ambientação
corriqueira ate, afunilando-se, perde-se no inconsciente dos seus protagonistas
ante-heróis , como produto de duas visões:
o delírio , a superstição, o pessimismo. Os personagens não estão só; ao seu lados,
fazendo-lhes campainha esta seus medos existenciais. Sim. As paginas de “Os
negros na Parede” encontramos o existencialismo- místico. Esta reação estética
pode provocar um entendimento de uma busca por um conceito. Pode ser definido
como uma preocupação estilística, pura e simples, o interesse em mostrar o
irreal ou estranho no cerne do cotidiano e do aparentemente, comum.
“Os Negros na Parede”, de José Américo de Lima, é leitura recomendada
para quem é fascinado por literatura realista-existencialista-fantástica.
Edson Moura
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