Com uma considerável frequência – e também quantidade – sou agredido por toda espécie de ideias quiméricas e evitáveis. Sim. As ideias também são agressivas e violentas. Explico. Fracasso sempre que tento produzir narrativas mais engajadas com a linearidade e o lúdico. Sou corrompido pela estranheza, o insólito, o desconexo, o ambíguo, atmosferas deletérias e personagens de cognição tão delineados com a insanidade que em certa fração termino contaminado por estes. Traço a arquitetura, encucado com determinado estilo, em seu andamento sou acometido outros completamente distinto, concluo com um terceiro, sabe-se lá de onde este surgiu. Caio em frustração. Desaba o dramalhão romanesco, “muita teimosia continuar escrevendo, amanhã desisto e faço qualquer outra coisa que não seja escrever, sou um farsante, sou um farsante e etc”. As horas passam e a ingenuidade sobrepõe, volto a mergulhar, suicidamente, na neurose de continuar escrevendo narrativas. Não há como escapar, estrou aprisionado em milhares de flashes de pensamentos, imagens, lembranças, ressentimentos de sonhos fugazes, nunca realizáveis, que me deixaram rastejando em pantanosas reflexões sobres as situações abjetas do cotidiano que me assombram. Sou visitado rotineiramente por rostos, feições, formas, delineações, criaturas concebidas, humanos reinventados. Me torno o pior terror, hediondo e rejeitável. Saio desse personagem. Saio dos pensamentos agressivos. Volto e descreve-los nos textos. E estes se transformam em nas narrativas quiméricas, entropias, continuando a me agredir, dia opôs dia.
Uma editora clandestina
Venho trabalhando numa ideia excêntrica nos últimos meses, entre muitas outras ideias excêntricas que vez ou outra costumo ter, que consiste em fundar minha própria editora. Justifico esse lapso criativo através de evidencias simples: sou uma incógnita no meio literário, não possuo capital financeiro ou simbólico, não faço parte de grupos literários em evidência, ou cultivo aproximação afetiva com escritores expressivos no cenária literário atual, e mais dramático-irônico não possuo um público leitor ávidos por um subsequente lançamento ou pelos devaneios que transcrevo (e talvez não venha a ter). Mas não posso reclamar, pois consegui construir e solidificar, ao longo doas anos, atualmente completando duas décadas e meia, um trabalho artístico literário, conhecer outros autores, alguns cultivo amizade, além de descobrir uma relativa vocação em áreas que toquem a afeição para o criativo. Mas voltemos a possível editora. Se chamará “Imaginosférico editora” em alusão a este blog
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