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A linha invisível

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          Dentre as incontáveis ideias desprovidas de qualquer sentido que costumo, frequentemente, ter, (vezes no meu estado de vigília, vezes no reino onírico) confeccionar um livro de narrativas sobre as uma “invisível linha”, simbólica, para ser melhor entendida. Aqui é conveniente mencionar que a chamadas “forças simbólicas”, que tanto regem nossas vontades, decisões, comportamento, atitudes e conclusões, sempre serão um dos temas mais abordados em qualquer conversa que venhas a ter quando o assunto for “distinção de classe”. Essa “linha invisível”, que também pode ser imaginada como uma parede, um portão, uma viela, a extensão de um buraco em trincheira, uma delineação pintada no chão. Haverá quase sempre um elemento solido no qual esta força invisível se apossará para então construir seus significados em nossas mentes. Não nos esqueçamos que todas estas forças simbólicas fazem parte de complexas estruturas, construída ao longo da evolução humana, e assim sendo, não fora concebid

Anômalo Social

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            Dentre os muitos valores de convivência social, a prudência sempre foi uma orientadora que teimo em negar-lhe a devida atenção. irá nos instruir a deixar as fatalidades e desventuras passadas onde sempre pertenceram: na caixa dos objetos obsoletos, trancados com cadeado enferrujado, colocado na estante das coisas entediantes, na prateleira mais inascível, com o seguinte concelho, que relembras experiências passadas apenas serve para evitemos repeti-las, mesmo que muitas vezes insistamos em sermos criaturas que repetem erros (é mister para mim relembrar as sensações e os momentos que vivi, desligar-me do presente e retornar a essa inexistência chamada passado, me transporto despudoradamente ao escutar cinco ou seis notas de qualquer melodia de qualquer música da época, um soundtrack para cada lembrança, mergulho nesse voluptuoso estado da pedra, morto para o tempo presente, e onde o eterno carrasco dos valores humano é incapacitado de concretizar sua execução).           “

Descrente

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             Fogem-me da memória os períodos da vida que eu tenha sido disciplinado com o cultivo de alguma crença. O mais provável é que tais períodos nunca tenham de fato existidos. Tentativas houve. Iniciativa de terceiros, parentes e conhecidos que, quando não cômicas e desajeitadas, imputavam ou amplificavam os nossos tão conhecidos medos inconscientes. Por tradição católica, fracassei majestosamente ao tentar completar o ensinamento do catecismo: era tomado por um deprimente enfado, torcia para que a professora fosse acometida por qualquer imprevisto (Deus me ignorava por completo), deseja estar em qualquer lugar deste universo, menos naquela sala sacrossanta e claustrofóbica (Deus continuava me ignorando). Passava mais tempo olhando na direção da janela, observando e analisando cada minúsculo detalhe sobre a paisagem que hipnotizavam minhas pálpebras, do que fixando atenção nas palavras que a mulher de voz e sorrisos pálidos, proferia. Esta, composta por magreza debilitada, cami
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             Memórias do Centauro                               Um acaso   -   11.10.2023          O acaso, esse débil insubordinado dos acontecimentos, nunca me presenteou com a previsibilidade, qualquer que fosse. Por fato, sempre fui um catalizador de fatalidades, e, acredito, continuarei a sê-lo. Tornou uma constante encontrar pessoas no qual preferiria não encontrar. Sempre que as encontro os assuntos são tragados para algum abismo retórico, permaneço no trivial – “como estais”, “tudo bem contigo”, “tem visto fulano”, “nunca mais vi beltrano”, “e o trabalho”, até o entediante interrogatório finalmente ser concluído com – “té mais, foi bom te vê”. Negarão, mas temos uma percentagem comiserável de conhecidos no qual pesa a inadequação – o tempo e os desprazeres do processo de maturidade revelam nossa aspereza, nossa apatia, nossa inadequação com os próximos, mesmo que estes tenham para conosco uma afetividade quase maternal.         Faz poucos dias, ou talvez tenha completado sema
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  Memórias do Centauro                                                                                              Tele-empáticos     22 ∕ 09 ∕ 2009           Significado da palavra empatia está eternamente consolidado: capacidade de se colocar, posicionar, no lugar do outro, de sentir ou perceber, compreender como este compreende, semelhante da mesma espécie, ou de outro ser vivo, já que também nutrimos das afetividades de outros animais. Mas todos as vezes que me foram sugeridas o cultivo dessa substantivo, tinha alarmantes dificuldades em faze-lo. Tenho dificuldade de imaginar alguém com poderes telepáticos, tele-cinéticos como possuem personagens fictícios e meu ceticismo bloqueia despudoradamente a crença em mediunidade, quando há um transladar de espirito de corpo para corpo, como num salto metafísico, ou quântico, estaria eu dentro do alvo mirado, sentindo tudo que meu hospedeiro sente: seu desequilíbrio emocional, os resultados de suas ponderações, suas dores físicas,
         Com uma considerável frequência – e também quantidade – sou agredido por toda espécie de ideias quiméricas e evitáveis. Sim. As ideias também são agressivas e violentas. Explico. Fracasso sempre que tento produzir narrativas mais engajadas com a linearidade e o lúdico. Sou corrompido pela estranheza, o insólito, o desconexo, o ambíguo, atmosferas deletérias e personagens de cognição tão delineados com a insanidade que em certa fração termino contaminado por estes. Traço a arquitetura, encucado com determinado estilo, em seu andamento sou acometido outros completamente distinto, concluo com um terceiro, sabe-se lá de onde este surgiu. Caio em frustração. Desaba o dramalhão romanesco, “muita teimosia continuar escrevendo, amanhã desisto e faço qualquer outra coisa que não seja escrever, sou um farsante, sou um farsante e etc”. As horas passam e a ingenuidade sobrepõe, volto a mergulhar, suicidamente, na neurose de continuar escrevendo narrativas. Não há como escapar, estrou apri

Uma editora clandestina

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          Venho trabalhando numa ideia excêntrica nos últimos meses, entre muitas outras ideias excêntricas que vez ou outra costumo ter, que consiste em fundar minha própria editora. Justifico esse lapso criativo através de evidencias simples: sou uma incógnita no meio literário, não possuo capital financeiro ou simbólico, não faço parte de grupos literários em evidência, ou cultivo aproximação afetiva com escritores expressivos no cenária literário atual, e mais dramático-irônico não possuo um público leitor ávidos por um subsequente lançamento ou pelos devaneios que transcrevo (e talvez não venha a ter). Mas não posso reclamar, pois consegui construir e solidificar, ao longo doas anos, atualmente completando duas décadas e meia, um trabalho artístico literário, conhecer outros autores, alguns cultivo amizade, além de descobrir uma relativa vocação em áreas que toquem a afeição para o criativo. Mas voltemos a possível editora. Se chamará “Imaginosférico editora” em alusão a este blog