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De corpo presente

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Adicionar legenda Em "De corpo presente”, de Alberto Lins Caldas, percebemos a formação de versos crônicos, traços metafísicos se misturam com uma forte presença dos elementos concretos do cotidiano, uma poesia sinestésica-social, onde os sentidos se misturam para produzir cenas metafóricas, ingredientes de sua arte poética, carregada de experimentalismo semântico-sintático, cuidadosamente explorando temáticas do fluxo social. Em “De corpo presente” temos escopos se pequenas histórias, cenas de uma realidade expectada, compactados em suas estrofes, pequenas odisseias de influxos quase invisíveis: “• em breve so os ratos • • em tudo a breve • • vida dos ratos • • nada mais nada menos • • essa vida vigiada • • esse sonho a distancia • • esse queijo sem gordura • • esse corpo todo diet • • esse gozo bem dosado • • em breve so os ratos • • nada mais que os ratos •”    Atento aforista, cuidadoso nos compassados dos versos, para, enfim, c...

O Barnabé de Brasília

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Porque é comum ao ser humano questionar sobre o amanhã sem se inteirar plenamente do hoje e, menos ainda, considerar o já existido no ontem; que são poucos aqueles que se atêm na contemplação dos minutos compondo horas, os dias fazendo meses, os anos escrevendo a história. E mesmo a história, são mínimos os que, sobre ela, se deixaram ficar em reflexão, pois temos o mal costume de, ao comtemplarmos uma obra – qual seja – não consideramos quem (ou quais) a fez (ou fizeram). O gigantismo de uma pirâmide, por exemplo, cria o mistério, o misticismo, a solidão de uma era, mas certamente não nos leva a pensar os blocos de pedra que a fizeram, se pedra é apenas pedra. No entanto, quando essa mesma pedra é trabalhada pela mão do homem nem bloco de faces perfeitas, ai inicia- a primeira transformação que – junto a tantos outros blocos – dão forma e resultado a uma obra de arte eterna; sem contar que esquecemos (ou não lembramos mais) daquele que o projetou e nem dos que a const...

Abrindo a "Caixa" de José Américo de Lima

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            Ao ler “Os Negros na Parede” de José Américo de Lima, podemos notar uma  familiaridade com a estética de uma literatura fantástica-conceptiva: Julio Cortázar e Jorge Luis Borges são expoentes de comparativos de Autor nascido em Fortaleza. É claro, quando conversamos com nossos observações encontramos (ou redescobrimos) elementos consoantes estruturais e funcionais em bons ficcionistas. No conto “Testemunhas Silenciosas, Jogos das sombras. Missão desconhecia e Os Negros na Parede“ a leitura pulsa, equacionamento, entre uma vocalização literária aos moldes de allanpoeniano e uma narrativa fluida, encontrada em textos de Gabriel García Márquez.            O realismo mágico, ou realismo fantástico, associada ao a uma cautela linguística e sempre coesa e sempre experimentalista destaca José Américo de Lima ao lado de nomes de Murilo Rubião e José J. Veiga e Dias Gomes. Estes que se embrearam nesse ...

Transitivo

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Uma crônica dos ventos... Direção e produção - Edson Moura Ano - 2014 Duração - 2 minutos Em preto e branco País - Brasil Local de Produção - Maracajá - PE                                                 Creation, direction and Production - Edson Moura

O Exílio de Babel

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              Em “O Exílio de Babel”, de Ângelo Monteiro, percebemos traços metafísicos é só um dos principais ingredientes de sua arte poética, carregada de existencialismo, cuidadosamente lapidada com a formar do soneto clássico, isso, contudo, sem deixar de ser um contemporâneo. Em “O Exílio de Babel” temos escopos filosóficos em forma, de sonetos. Todos compactados. Um atento aforista em busca da condição humana, para, enfim, condiciona-la em ânforas poética. Notadamente, no que tange o fenômeno literário, sua reação estética, é encontrar o ponto de equilíbrio de seu discurso e os elementos linguísticos que servem para alçar a atenção o garimpeiro de construções semântico-sintático do texto conciso e rico em criatividade em metalinguagem, e logo na estirpe de sua obra isso se manifesta: “Ah! o exílio da alma em qualquer língua E a palavra atingida sempre aquém. As bocas de água viva estão à mingua E a poesia não morre por ni...

Microf(r)icções

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Quando em fim, comecei a ler com olhos e mente voltados para a experiência imaginária de ler os microcontos que tesem as paginas de “Microf(r)icçôes”, de Janaison Macedo Luiz, percebi o grande ponto chave da micronarrativa: a concisão, em poucos caracteres, que a criatividade do escritor para concatenar enredo, trama, histórias, narratividade; o subtexto, ou intertexto, os ápices de uma situação do cotidiano, um retrato (ou autorretrato). Sim com quantidade mínima de caracteres pode prender o leitor atento e sensível em uma gama considerável de tempo, construindo os elementos percebidos por ele próprio. Não só como crítico, mas também com produtor de textos ficcionais, tomei gosto pelas micronarrativas:     “Encontro  Fui de encontro ao muro. E ao encontro da morte.” O foco narrativo sempre adequando-se ao estilo dos personagens. Começo e desfecho para cada história. A Flash Fictions, com toda carga do finais trágicos nos quais costumam prender...

O Ciclista

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                  Em “O Ciclista”, do escrito e ilustrador Walther Moreira SantosHistória narrada pela Edgar, que conta suas lembranças, vivências e planos sobre Ceres, Caio e o veio narrativo que alça o leito desde a estirpe do romance: o ciclista. Caracteriza-se pela intensidade dos momentos internos dos personagens, a própria subjetividade entra crises e descobertas. O espírito, perdido no labirinto da memória, o autora usufrui de elementos narrativos e linguísticos concisos e, ao mesmo tempo, no que tange a pisque dos personagem, uma descrição minuciosas, uma narrativa carregada de sinestesia, onde os sentidos se fundem com o próprio , próprios das estruturas poéticas:          “Tão logo o Ciclista entre, começa a chover. Às vezes acontece. De repente, uma tarde límpida, uma tarde atípica. Carregada de um frio que, de tão agradável, dir-se-ia morno. Uma tarde retirada de um outono d...